Trabalho oculto – As tarefas fora do expediente

No mundo corporativo, se o profissional não aprender a administrar bem seu tempo e suas demandas, e ter clareza do que deve ou não fazer, é certeza que levará trabalho para casa, o grande problema é quando isso vira rotina.

Trabalho oculto

As tarefas fora do expediente que sobrecarregam profissionais e suas consequências.

O assunto dessa semana é o trabalho oculto — aquelas tarefas fora do expediente que ninguém vê, que vão além das jornadas de trabalho estendidas e horas extras. Quando isso acontece pontualmente não tem problemas, deve-se ligar o alerta quando essa prática vira rotina e pode interferir na qualidade de vida dos profissionais.

Muitos profissionais investem tempo de descanso para fazer cursos, reuniões, ver e responder e-mails de trabalho. Na teoria, a maioria dos profissionais trabalha uma média de 8h por dia, na prática, dependendo do segmento essa média sobe consideravelmente.

Hoje, qualquer um está sujeito ao que especialistas chamam de hidden overwork – ou sobrecarga invisível de trabalho. Esse fenômeno consiste na prática de se dedicar a atividades e temas relativos ao trabalho nas horas de folga.

Não se trata de jornadas estendidas ou horas extras, mas de usar períodos como férias, finais de semana ou o tempo de descanso noturno para se desenvolver profissionalmente ou continuar em contato com o ambiente de trabalho, por exemplo, isso é caracteriza o trabalho oculto.

**”No caso de Anyelle, a explicação é um misto de autoexigência e gosto pelo que faz. Com isso, ela nunca tem descanso. Na rotina da semana, cuida de toda a parte organizacional durante o dia e acaba reservando o período noturno para falar com clientes e fazer reuniões. Já as férias ela vê como tempo disponível para se dedicar a cursos e mentorias e acaba separando de duas a três horas diárias para esse fim.”

trabalho oculto

Além de passar 10h / 12h ou mais trabalhando, muitos profissionais levam trabalho para casa, alguns têm dificuldades até para continuar os estudos de interesse pessoal, outros não conseguem inserir atividades físicas ou tempo de qualidade com a família.

Claro que tem períodos que é necessário dedicar tempo e energia além do normal para dar conta da demanda, especialmente em períodos de fechamento, de auditorias ou conclusão de um trabalho. Mesmo trabalhando home-office sei bem disso. Porém…

No mundo corporativo, se o profissional não aprender a administrar bem seu tempo e suas demandas, e ter clareza do que deve ou não fazer, é certeza que levará trabalho para casa, o grande problema é quando isso vira rotina.

O trabalho home-office tem como preceito uma melhor administração do tempo quando o assunto é trabalho x qualidade de vida. Porém, se o profissional não tomar cuidado e ter uma boa administração do tempo, corre-se o risco do trabalho home-office envolver ainda mais trabalhos ocultos, além daqueles que já ocorre nos escritórios, porque a pressão por entregas e resultados costuma ser ainda maiores.

A verdade é que, se não conseguir mudar o “status quo” as consequências não serão positivas a médio e longo prazo, e não estranhe se acontecer…

…Uma explosão de casos de estresse, ansiedade, burnout, problemas com insônia, aumento da dependência química, dentre outros distúrbios.

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***A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no grupo 24 do CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) como um dos fatores que influenciam a saúde ou o contato com serviços de saúde, entre os problemas relacionados ao emprego e desemprego.

 Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso.

Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno.

* “Para mudar esse cenário, é preciso mudar uma cultura inteira. E isso não é simples. Vivemos muito tempo acreditando que o caminho para a promoção, para o sucesso profissional, para a aquisição de bens, para o reconhecimento do mercado e até da nossa família passava pelas horas de dedicação exclusivas ao trabalho. Trabalho primeiro, diversão depois. E o depois, muitas vezes, não dava tempo de acontecer.”

Trabalhar muito não significa trabalhar bem.

Geralmente revela falta de organização, “na maioria das vezes, pessoas que exibem rotinas sem respiro costumam ser menos organizadas, mais estressadas e menos produtivas.”

É duro ler e admitir isso, eu sei, porque já fui muito “workaholic.” Sempre amei a área de RH e de trabalhar com pessoas. É normal quando a gente gosta do que faz, exagerarmos nas horas trabalhadas, porém…

* “…Com base em um estudo de Stanford, o professor de economia John Pencavel descobriu que a produtividade por hora diminui drasticamente quando uma pessoa trabalha mais de 50 horas por semana. Após 55 horas, a produtividade cai tanto que colocar mais horas seria inútil. Aqueles que trabalham até 70 horas por semana estão recebendo apenas a mesma ***quantidade de trabalho que aqueles que trabalham 55 horas.” E ganhando, como consequência, esgotamento físico e mental.

*Como diz o provérbio inglês, eternizado no filme O Iluminado, de Stanley Kubrick, “trabalho sem diversão faz de Jack um garoto chato”. Mais do que chato, trabalhar sem pausas faz de nós pessoas doentes. Portanto, nada mais fora de moda do que glamorizar as jornadas exaustivas e estimular comportamentos “workaholics.”

Recentemente fiz uma avaliação comportamental em uma cliente que é Gerente de Engenharia, falamos sobre esse tema, fiquei feliz quando ela me disse que:

“Há muitos anos, não trabalha nos finais de semana, que consegue ser bem produtiva ao longo da semana no horário comercial, raramente precisa fazer horas extras, duas noites da semana ela tem compromisso familiar e não abre mão disso, e ainda consegue fazer exercícios físicos. Tudo isso por aprender a trabalhar focada nas tarefas e não gastar nenhum tempo com redes sociais, enquanto trabalha.”

Acompanho essa cliente há muitos anos e graças a sua dedicação e profissionalismo, ela só vem crescendo nas empresas e tendo a oportunidade de escolher onde trabalhar.

Nem preciso dizer que virei fã dessa cliente…(rsrs), de tempos em tempos ela volta para fazer uma avaliação comportamental ou avaliar e melhorar como anda sua empregabilidade.

Confesso que eu ainda não cheguei nesse nível de organização do tempo x produtividade. Mas tenho evitado trabalhar finais de semana e flexibilizado meus horários para ter tempo para descansar e curtir a família também. Percebo que isso me deixa mais feliz e inspirada.

Não podemos negar que trabalhar é importante e sempre será, mas precisamos tomar cuidado ao notar que o excesso de trabalho se tornou “comum”, mas isso nunca deverá ser o “normal”. Especialmente quando não conseguimos tirar férias, quando os finais de semana são divididos com e-mails e retornos no WhatsApp sobre trabalho e quando você não tem outro assunto que não seja trabalho.

Existe um tempo para cada coisa, acredite nisso e não tenha receio ou vergonha de incluir na sua rotina o que está precisando, como:

Lazer, descanso, leitura, sono de qualidade, tempo para meditar ou rezar, assistir filmes, tempo de qualidade com as pessoas que ama e a prática de exercícios físicos.

Gostou desse tema? Curta e deixe seu comentário, pense também nas questões abaixo e se achar conveniente, responda de 1 a 5 qual é a sua situação atual.

1 – Se você sente que nesse momento sua carga horária de trabalho está sob controle;

2 – Se você sente que está acima do normal, mas é temporário, tem data para acabar as horas extras, são pontuais.

3 – Se você não tem mais vida pessoal, só vive só para trabalhar.

4 – Se você está fora do mercado, mas dedicando boa parte do tempo para conseguir um novo emprego.

5 – Se você está trabalhando, mas precisa mudar de emprego urgente.

Se por acaso, você respondeu ou pensou nas respostas 4 ou 5, permita-me te ajudar:

Eu já ajudei mais de 1.500 profissionais a conseguir um novo emprego ou trocar de emprego e ninguém merece ficar fora do mercado quando passou boa parte da vida trabalhando e estudando para ser cada vez melhor no que faz.

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Um grande abraço,

Janaína Lima

Fonte:

*revistahsm.com.br/post/porqueaindavalorizamososworkaholics

** https://www.benhame.adv.br/?p=1617

***https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-de-burnout-esgotamento-profissional/

Publicado por

Janaína Lima

Especialista em Recolocação Profissional e Empregabilidade | LinkedIn TOP Voice | Mentora | Criadora do Recolocação Profissional 2.0

PS: Veja também o artigo: Consegui um novo emprego e agora? Como passar do período de Experiência

Sobre o autor | Website

Olá, eu sou Janaína Lima e minha missão é ajudar o maior número possível de profissionais a Conquistar um Novo Emprego e darem uma vida digna para suas famílias! Recrutadora Profissional e Gestora de RH, Psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas, Mentora e Coach de Carreira, Especialista em Recolocação Profissional e Empregabilidade. Mais de 500.000 seguidores no Linkedin, a maior rede social profissional do mundo. Mais de 1.500 alunos já conquistaram um novo emprego tendo o meu direcionamento e seguindo minhas estratégias.

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